Plano Tangente e Reta Normal | Funções de Várias Variáveis

Nesse artigo queremos estabelecer o conceito de Plano Tangente e Reta Normal para funções de várias variáveis a valore reais. O plano tangente ao gráfico de uma função num ponto é o plano que contem todas as retas tangentes ao gráfico de f que passam pelo ponto. Se todas as retas tangente a esse ponto não são co-planares, então dizemos que o plano tangente não existe.

Em suma, um plano tangente a uma função de duas variáveis é um plano que é tangente ao seu gráfico, definido por uma equação de várias variáveis, linear, que dá a equação de um plano em cada ponto específico do domínio da função, se ela for diferenciável nestes pontos.

Você precisa passar em cálculo? Não se preocupe, nós podemos ajudar! Clique aqui e descubra como podemos facilitar sua aprovação.

Campos Escalares, ou Funções de Várias Variáveis a Valores Reais, em geral são funções na forma f: A \subset \mathbb{R} ^n\rightarrow \mathbb{R}, que associa a cada n-upla de \mathbb{R} ^n um escalar.

Vamos apresentar esse conceito através de funções com domínio no \mathbb{R} ^2 simplesmente pela facilidade em estabelecer gráficos e representações do domínio, e também por serem as funções que mais aparecem em aplicações de engenharia, por exemplo.

Plano Tangente

Seja f diferenciável no ponto (x_0, y_0). O plano $$z-f(x_0, y_0) = \frac{\partial f}{\partial x}(x_0, y_0)(x-x_0) + \frac{\partial f}{\partial y}(x_0, y_0)(y-y_0) $$ denomina-se plano tangente ao gráfico de f no ponto \left( x_0, y_0, f(x_0, y_0) \right).

Plano Tangente Ilustração

OBSERVAÇÃO

  • Só definimos o plano tangente em \left( x_0, y_0, f(x_0, y_0) \right) se a função f é diferenciável no ponto (x_0, y_0). Se a função não for diferenciável, mas adimitir derivadas parciais no ponto, o plano existirá, mas não será o plano tangente.
  • O plano tangente contem todas as retas tangentes ao gráfico de f no ponto (x_0, y_0, f(x_0, y_0)).

EXEMPLO

Seja f(x,y) = 3x^2y-x. Determine a equação do plano tangente ao gráfico de f no ponto \left( 1, 2, f(1,2) \right).

Temos que

\begin{eqnarray*}
\frac{\partial f}{\partial x}(x, y) & = & 6xy-1\\
\frac{\partial f}{\partial x}(1, 2) & = & 6(1)(2)-1 = 11\\
\\
\\
\frac{\partial f}{\partial y}(x, y) & = & 3x^2-x\\
\frac{\partial f}{\partial y}(1, 2) & = & 3(1)^2-1 = 3\\
\\
\\
f(1,2) & = & 3(1)^2(2)-1 = 5
\end{eqnarray*}

Podemos, facilmente notar que as derivadas parciais de f(x,y) existem e são contínuas em qualquer ponto do plano \mathbb{R} ^2.

Assim, f é diferenciável no ponto (1,2) e o plano tangente ao gráfico de f neste ponto é dado por $$z-f(1,2) = 11(x-1)+3(y-2) \Rightarrow z-5 = 11(x-1)+3(y-2). $$

EXEMPLO

Considere a função $$f(x,y) = \left\{ \begin{array}{lll}
\frac{xy^2}{x^2+y^2} ; (x,y) & \neq & (0,0)\\
\\
0; (x,y) & = & (0,0) \end{array} \right.$$ O gráfico de f admite plano tangente em (0,0,f(0,0))?

Temos que

$$\frac{\partial f}{\partial x}(0, 0) = \lim_{h \rightarrow 0}{\frac{f(0+h,0)-f(0,0)}{h}} = \lim_{h \rightarrow 0}{\frac{0 – 0}{h}} =0$$

$$\frac{\partial f}{\partial y}(0, 0)= \lim_{h \rightarrow 0}{\frac{f(0,0+h)-f(0,0)}{h}} = \lim_{h \rightarrow 0}{\frac{0 – 0}{h}} =0$$
e
$$ L = \lim_{(x,y) \rightarrow (0, 0)}{ \frac{f(x,y) – \left( f(x_0, y_0) + \frac{\partial f}{\partial x} (x_0 , y_0) (x-x_0) + \frac{\partial f}{\partial y} (x_0 , y_0) (y-y_0) \right)}{\| (x,y) – (x_0, y_0) \|}} =$$

$$ = \lim_{(x,y) \rightarrow (0, 0)}{ \frac{\frac{xy^2}{x^2+y^2} – (0 +0(x-0)+0(y-0)}{\sqrt{x^2+y^2}}} =$$

$$ = \lim_{(x,y) \rightarrow (0, 0)}{\frac{xy^2}{(x^2+y^2)^{\frac{3}{2}}} }$$

Considere a curva passando pela origem dada por G(t)=(t,t). Daí

\begin{eqnarray*}
L & = & \lim_{(x,y) \rightarrow (0, 0)}{\frac{xy^2}{(x^2+y^2)^{\frac{3}{2}}} }\\
& = & \lim_{(x,y) \rightarrow (0, 0)}{\frac{t^3}{(2t^2)^{\frac{3}{2}}}}\\
& = & \lim_{(x,y) \rightarrow (0, 0)}{\frac{t^3}{\sqrt{8t^6}}}\\
& = & \lim_{(x,y) \rightarrow (0, 0)}{\frac{t^3}{t^3 . 2\sqrt{2}}}\\
& = & \frac{1}{2\sqrt{2}} \neq 0\\
\end{eqnarray*}

E ainda, para a curva F(t)=(0,y) temos que L = \lim_{(x,y) \rightarrow (0, 0)}{\frac{0}{(y^2)^{\frac{3}{2}}} } = 0.

Portanto, o limite $$\lim_{(x,y) \rightarrow (0, 0)}{ \frac{f(x,y) – \left( f(x_0, y_0) + \frac{\partial f}{\partial x} (x_0 , y_0) (x-x_0) + \frac{\partial f}{\partial y} (x_0 , y_0) (y-y_0) \right)}{\| (x,y) – (x_0, y_0) \|}}$$ não existe e, por consequência, a função f(x,y) não é diferenciável no ponto (0,0) e assim não possui plano tangente neste ponto.

Reta Normal

A reta que passa pelo ponto (x_0,y_0, f(x_0,y_0)) e é paralela ao vetor $$\left( \frac{\partial f}{\partial x}(x_0 , y_0), \frac{\partial f}{\partial y}(x_0 , y_0 ), -1 \right)$$ denomina-se reta normal ao gráfico de f no ponto (x_0, y_0,f(x_0, y_0,)).

Assim, a equação de tal reta é dada por $$(x,y,z) = (x_0, y_0,f(x_0, y_0,)) + \lambda \left( \frac{\partial f}{\partial x}(x_0 , y_0), \frac{\partial f}{\partial y}(x_0 , y_0 ), -1 \right). $$

O vetor $$\left( \frac{\partial f}{\partial x}(x_0 , y_0), \frac{\partial f}{\partial y}(x_0 , y_0 ), -1 \right)$$ é o vetor normal ao plano tangente do gráfico de f no ponto (x_0, y_0,f(x_0, y_0,)).

Ilustração de Reta Normal

EXEMPLO


Apoie Nosso Trabalho:

Apoie nosso trabalho fazendo um pix de qualquer valor: Chave Pix: 06713646697


Seja f(x,y) = 3x^2y-x. Determine a equação da reta normal ao gráfico de f no ponto \left( 1, 2, f(1,2) \right).

Temos que

\begin{eqnarray*}
\frac{\partial f}{\partial x}(x, y) & = & 6xy-1\\
\frac{\partial f}{\partial x}(1, 2) & = & 6(1)(2)-1 = 11\\
\\
\\
\frac{\partial f}{\partial y}(x, y) & = & 3x^2-x\\
\frac{\partial f}{\partial y}(1, 2) & = & 3(1)^2-1 = 3\\
\\
\\
f(1,2) & = & 3(1)^2(2)-1 = 5
\end{eqnarray*}

Daí, a equação da reta normal ao gráfico de f no ponto \left( 1, 2, f(1,2) \right) é $$(x,y,z) = (1, 2, 5) + \lambda \left( 11, 3, -1 \right). $$

Gradiente, Plano Tangente e Reta Normal

Seja f(x,y,z) de classe C^1 num aberto A \subset \mathbb{R} ^3 e seja (x_0 , y_0 , z_0 ) um ponto da superfície de nível f(x,y,z) = c . Suponha que \nabla f (x_0, y_0 , z_0) \neq \vec{0} .

Pode-se provar que \nabla f (x_0, y_0 , z_0) é normal em (x_0, y_0 , z_0) a toda curva diferenciável \gamma passando por este ponto e com imagem contida na superfície f(x,y,z) = c .

Interpretação geométrica do gradiente de três variáveis
Interpretação geométrica do gradiente de três variáveis

O plano que passa pelo ponto (x_0, y_0 , z_0) e tem o vetor \nabla f (x_0, y_0 , z_0) como normal é exatamente o plano tangente em (x_0, y_0 , z_0) à superfície f(x,y,z) = c .

A equação deste plano tangente pode ser escrito pela equação $$\nabla f (x_0, y_0 , z_0) . [(x,y,z) – (x_0, y_0 , z_0)] = 0.$$

E a reta $$(x,y,z) = (x_0 , y_0 , z_0 )+ \lambda \nabla f (x_0 , y_0 , z_0 ), \;\;\; \lambda \in \mathbb{R}$$ denomina-se reta normal, em  (x_0, y_0 , z_0) à superfície f(x,y,z) = c .

Exercícios Resolvidos

Leia Mais:

Assista Nossa Vídeo-Aula Sobre Plano Tangente e Reta Normal:

Banner do Curso Completo de Matemática destacando desconto de R$297 por R$47, com botão amarelo 'Quero Garantir Minha Vaga' e opções de pagamento em até 12 vezes no cartão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

PRECISANDO DE AJUDA COM SEUS EXERCÍCIOS SOBRE ESTE CONTEÚDO? Entre em contato com a gente via WhatsApp clicando aqui.