Este post explora a resolução de Equações Diferenciais Ordinárias (EDO) de 1ª ordem, abordando métodos para EDO exatas, separáveis e lineares, com exercícios resolvidos passo a passo.
Introdução
As Equações Diferenciais Ordinárias (EDO) de 1ª ordem são fundamentais em várias áreas da matemática aplicada e das ciências. Neste post, abordaremos a resolução de EDO de 1ª ordem utilizando diferentes métodos, como a separação de variáveis, equações exatas e o fator integrante.
Cada técnica será explicada detalhadamente, e você encontrará exercícios resolvidos para praticar. Com um foco em equações lineares e exatas, você aprenderá a lidar com problemas que surgem em aplicações práticas. Se você está buscando dominar esses conceitos ou reforçar seu conhecimento, este guia completo é o lugar ideal para começar.
Exercícios Resolvidos sobre EDOs de 1ª Ordem
1) Resolva as E.D.O.’s de 1ª Ordem abaixo
a) sen(t) y' + cos(t)y = e^t , 0<t< \pi .
SOLUÇÃO: Dada a equação diferencial linear de primeira ordem:
$$
\text{sen}(t) y’ + \cos(t) y = e^t, \quad 0 < t < \pi,
$$
o objetivo é encontrar a solução para y(t). Primeiro, observamos que o lado esquerdo da equação se parece com a regra do produto para a derivada de \text{sen}(t) y. De fato, podemos escrever:
$$
\text{sen}(t) y’ + \cos(t) y = \frac{d}{dt} [\text{sen}(t) y].
$$
Portanto, a equação diferencial pode ser reescrita como:
$$
\frac{d}{dt} [\text{sen}(t) y] = e^t.
$$
Agora, integramos ambos os lados da equação com respeito a t:
$$
\int \frac{d}{dt} [\text{sen}(t) y] \, dt = \int e^t \, dt,
$$
o que nos dá:
$$
\text{sen}(t) y = e^t + C,
$$
onde C é a constante de integração. Para encontrar y(t), basta dividir ambos os lados por \text{sen}(t):
$$
y(t) = \frac{e^t + C}{\text{sen}(t)}.
$$
Finalmente, podemos separar as frações e escrever a solução usando a função cossecante (\csc(t) = 1/\text{sen}(t)):
$$
y(t) = C \csc(t) + e^t \csc(t).
$$
Essa é a solução geral da equação diferencial no intervalo 0 < t < \pi, onde \csc(t) é a função cossecante de t.
b) y' + y^2 sen(t) = 0 ;
SOLUÇÃO: Dada a equação diferencial:
$$
y’ + y^2 \sin(t) = 0,
$$
essa equação é separável. Primeiro, reescrevemos y' como \frac{dy}{dt} e rearranjamos os termos para separar as variáveis:
$$
\frac{dy}{dt} = -y^2 \sin(t).
$$
Agora, podemos separar as variáveis y e t da seguinte forma:
$$
\frac{dy}{y^2} = -\sin(t) \, dt.
$$
Em seguida, integramos ambos os lados. A integral do lado esquerdo, em relação a y, é:
$$
\int \frac{1}{y^2} \, dy = -\frac{1}{y},
$$
e a integral do lado direito, em relação a t, é:
$$
\int -\sin(t) \, dt = \cos(t).
$$
Portanto, obtemos:
$$
-\frac{1}{y} = \cos(t) + C,
$$
onde C é a constante de integração. Agora, isolamos y:
$$
y(t) = \frac{-1}{C + \cos(t)}.
$$
Essa é a solução geral da equação diferencial.
c) sen(2t)dt+cos(3y)dy = 0 ;
SOLUÇÃO: Dada a equação diferencial:
$$
\sin(2t) \, dt + \cos(3y) \, dy = 0,
$$
primeiro, separamos as variáveis:
$$
\sin(2t) \, dt = -\cos(3y) \, dy.
$$
Agora, integramos ambos os lados. A integral do lado esquerdo, em relação a t, é:
$$
\int \sin(2t) \, dt = -\frac{\cos(2t)}{2},
$$
e a integral do lado direito, em relação a y, é:
$$
\int -\cos(3y) \, dy = -\frac{\sin(3y)}{3}.
$$
Portanto, a equação integrada torna-se:
$$
-\frac{\cos(2t)}{2} = -\frac{\sin(3y)}{3} + C,
$$
onde C é a constante de integração. Agora, isolamos y:
$$
y(t) = \frac{\arcsin\left(3C + \frac{3\cos(2t)}{2}\right)}{3},
$$
ou
$$
y(t) = -\frac{\arcsin\left(3C + \frac{3\cos(2t)}{2}\right)}{3} + \frac{\pi}{3}.
$$
Essas são as soluções gerais da equação diferencial.
d) (9t^2 + y -1) dt - (4y-t) dy = 0 .
SOLUÇÃO: Considere a equação diferencial:
$$
(9t^2 + y – 1) \, dt – (4y – t) \, dy = 0.
$$
Sabemos que essa equação é exata se:
$$
\frac{\partial M}{\partial y} = \frac{\partial N}{\partial t},
$$
onde M(t, y) = 9t^2 + y - 1 e N(t, y) = -(4y - t).
Calculamos as derivadas parciais:
$$
\frac{\partial M}{\partial y} = 1
$$
e
$$
\frac{\partial N}{\partial t} = 1.
$$
Como \frac{\partial M}{\partial y} = \frac{\partial N}{\partial t}, a equação é exata.
Agora, buscamos uma função \psi(t, y) tal que:
$$
\frac{\partial \psi}{\partial t} = M(t, y) = 9t^2 + y – 1
$$
e
$$
\frac{\partial \psi}{\partial y} = N(t, y) = -(4y – t).
$$
Agora, temos que integrar M(t, y) com relação a t
$$
\psi(t, y) = \int (9t^2 + y – 1) \, dt = 3t^3 + (y – 1)t + h(y),
$$
onde h(y) é uma função de y a ser determinada.
Em seguinda, derivamos \psi(t, y) com relação a y
$$
\frac{\partial \psi}{\partial y} = t + h'(y).
$$
Igualando com N(t, y)
Sabemos que:
$$
t + h'(y) = -(4y – t),
$$
então:
$$
h'(y) = -4y.
$$
Integrando h'(y)
$$
h(y) = -2y^2 + C.
$$
O que nos leva à solução geral
Substituímos h(y) na expressão de \psi(t, y):
$$
\psi(t, y) = 3t^3 + (y – 1)t – 2y^2 + C.
$$
A solução implícita da equação diferencial é:
$$
3t^3 + (y – 1)t – 2y^2 = C’,
$$
onde C' é uma constante.
2) Considere a equação (2y^2 - 6xy)dx+(3xy-4x^2)dy = 0 :
a) Mostre que esta equação não é exata;
SOLUÇÃO: A equação diferencial dada é:
$$
(2y^2 – 6xy) \, dx + (3xy – 4x^2) \, dy = 0.
$$
Definimos M(x, y) = 2y^2 - 6xy e N(x, y) = 3xy - 4x^2.
Para verificar se a equação é exata, comparamos as derivadas cruzadas:
$$
\frac{\partial M}{\partial y} = 4y – 6x,
$$
$$
\frac{\partial N}{\partial x} = 3y – 8x.
$$
Como \frac{\partial M}{\partial y} \neq \frac{\partial N}{\partial x}, ou seja, 4y - 6x \neq 3y - 8x, a equação não é exata.
b) Multiplique o termo xy na equação e mostre que esta nova equação gerada é exata;
SOLUÇÃO: Multiplicamos a equação original:
$$
(2y^2 – 6xy) \, dx + (3xy – 4x^2) \, dy = 0
$$
por xy, obtendo:
$$
xy(2y^2 – 6xy) \, dx + xy(3xy – 4x^2) \, dy = 0,
$$
ou seja,
$$
(2xy^3 – 6x^2y^2) \, dx + (3x^2y^2 – 4x^3y) \, dy = 0.
$$
Agora, verificamos a condição de exatidão. Definimos:
M(x, y) = 2xy^3 - 6x^2y^2 e N(x, y) = 3x^2y^2 - 4x^3y.
Calculamos as derivadas parciais cruzadas:
$$
\frac{\partial M}{\partial y} = 6xy^2 – 12x^2y,
$$
$$
\frac{\partial N}{\partial x} = 6xy^2 – 12x^2y.
$$
Como \frac{\partial M}{\partial y} = \frac{\partial N}{\partial x}, a equação é exata.
c) Agora resolva esta equação exata;
SOLUÇÃO: Sabemos que existe uma função \psi(x, y) tal que:
Apoie Nosso Trabalho:
Apoie nosso trabalho fazendo um pix de qualquer valor: Chave Pix: 06713646697
$$
\frac{\partial \psi}{\partial x} = M(x, y) = 2xy^3 – 6x^2y^2,
$$
e
$$
\frac{\partial \psi}{\partial y} = N(x, y) = 3x^2y^2 – 4x^3y.
$$
Vamos integrar M(x, y) com relação a x
$$
\psi(x, y) = \int (2xy^3 – 6x^2y^2) \, dx = x^2y^3 – 2x^3y^2 + h(y),
$$
onde h(y) é uma função de y.
Agora, vamos derivar \psi(x, y) com relação a y
$$
\frac{\partial \psi}{\partial y} = 3x^2y^2 – 4x^3y + h'(y).
$$
Sabemos que:
$$
3x^2y^2 – 4x^3y + h'(y) = 3x^2y^2 – 4x^3y,
$$
então h'(y) = 0.
Logo,
$$
h(y) = C,
$$
onde C é uma constante de integração.
Portanto, a solução geral da equação é:
$$
x^2y^3 – 2x^3y^2 = C.
$$
3) Use a mudança de variável y = u \cdot x para transformar a equação $$(xy+y^2+x^2)dx-x^2dy = 0 \qquad (1)$$ em uma equação separável. Em seguida, dê uma solução para esta equação (1).
SOLUÇÃO: Dada a equação:
$$
(xy + y^2 + x^2) \, dx – x^2 \, dy = 0,
$$
dividimos por dx:
$$
(xy + y^2 + x^2) – x^2 \frac{dy}{dx} = 0.
$$
Agora, aplicamos a mudança de variável y = u \cdot x, com \frac{dy}{dx} = u + x \frac{du}{dx}. Substituímos:
$$
(x^2 u + u^2 x^2 + x^2) – x^2\left(u + x \frac{du}{dx}\right) = 0.
$$
Simplificando e cancelando x^2:
$$
u + u^2 + 1 = x \frac{du}{dx}.
$$
Agora, temos uma equação separável:
$$
\frac{du}{u^2 + 1} = \frac{dx}{x}.
$$
Integramos ambos os lados:
$$
\arctan(u) = \ln|x| + C.
$$
Substituímos u = \frac{y}{x}:
$$
\arctan\left(\frac{y}{x}\right) = \ln|x| + C.
$$
Essa é a solução geral da equação.
Conclusão
Dominar a resolução de EDO de 1ª ordem é essencial para compreender fenômenos em diversas áreas. Ao praticar esses métodos com os exercícios resolvidos, você estará preparado para enfrentar problemas mais avançados. Continue praticando e explorando novos desafios para aprimorar suas habilidades em equações diferenciais.
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